História do Espartilho
HISTÓRIA DO ESPARTILHO
A história do espartilho é antiga e longa. Este tipo de roupa apareceu pela primeira vez por volta de 1700 AC
e, em seguida, praticamente desapareceu até o renascimento (século XV).
A forma dos espartilhos foi sendo alterada continuamente através da
história. Durante um certo tempo os espartilhos possuiram uma forma mais
ampla, para posteriormente se tornarem mais estreitos como um cinto
largo. Algumas vezes acentuavam os seios e outras vezes os minimizavam
ou até anulavam. Por vezes tinham como finalidade acentuar a cintura,
por outras afinar ou aumentar os quadris...
Os
espartilhos mais esdrúxulos foram usados pelas ‘deusas serpente” e
pelas antigas egípcias e gregas. Este espartilho antigo não possuía
cintura e era estruturado com placas de metal que achatavam a saia e as
ancas, acentuavam a fineza da cintura e colocavam os seios em evidencia.
O ESPARTILHO NOS SÉCULOS XVI E XVII
O primeiro grande período do espartilho
surgiu com a propagação da moda espanhola em meados dos séculos XVI e
XVII. A extrema fineza da cintura das mulheres desta época era obtida
com espartilhos apertadíssimos. Extremamente rígidos, eles eram usados
com um vestido denominado ‘crinoline’, e ajudavam a promover o aspecto
de uma cintura longa e fina. Contrariamente à moda da Borgonha, a moda
espanhola praticamente suprimiu os seios, através do uso de um
espartilho rígido elaborado com pequenas pranchetas de madeira ou de
metal. Este espartilho que era denominado ‘body’, podia também ser feito
em duas partes, dependurado na parte da frente e amarrado nas costas .
Os espartilhos
do início do século XVI eram gaiolas rígidas com barbatanas de ferro
que mais pareciam armaduras perfuradas. Este tipo de armação foi sendo
substituída durante o reinado de Catarina de Médicis por barbatanas
feitas com aço flexível.
As mulheres, apertadas em seus espartilhos,
eram obrigadas a se movimentar de forma digna e majestosa. A silhueta
ideal espanhola era delicada e as mulheres e os homens deveriam se
vestir de forma a conseguir este efeito. A aparência das mulheres
espanholas era caracterizada por uma elegância esbelta e de bom gosto
enquanto a silhueta masculina era confinada por reforços metálicos
feitos nos forros das roupas.Debaixo do vestido, as mulheres usavam um
espartilho de tela de linho, construído para achatar os seios e manter
as saias, o que criava uma cintura fina e proporcionava ao alto do corpo
uma forma cônica côncava.
Na frança de
1574-89, houve um certo afeminamento dos homens. As barbatanas e os
espartilhos passaram a reduzir a cintura e forros acolchoados eram
usados para dar uma forma abaulada no ventre. O estilo dos espartilhos
franceses femininos desta época era ainda mais rígido a fim de
proporcionar uma cintura excessivamente longa e fina.
Após 1620, como a
influencia espanhola progredia, a moda européia passou a seguir uma
linha mais natural e livre. A rígida restrição das barbatanas e da
‘bombarde’ francesa foi sendo liberada. Após o início do século XVII, os
decotes foram reintroduzidos sob influencia da moda francesa.
No fim do século surgiram espartilhos feitos em duas partes: amarrados tanto na frente quanto atrás.
Os
costureiros desenvolveram técnicas diversas com armações para
confeccionar roupas acolchoadas e com armaduras . O espartilho era,
frequentemente, uma parte integralmente visível da moda. Era usado na
corte e em cavalgadas, pelas mulheres grávidas, pelas meninas e pelos
meninos. Havia uma diferença entre o espartilho inglês, longo, liso na
frente e que era amarrado atrás e as curvas do espartilho francês, que
possuía amarração frontal, com o desenho em V. Como a moda tornou-se mais livre, os vestidos descontraídos sem espartilho foram inventados para as recepções em salões.
No século XVII, os espartilhos eram de
pequeno porte e se tornaram mais longos no século XVIII. Nesta época
novos processos mecânicos foram adotados na industria têxtil. Os
espartilhos e os vestidos com armações passaram a dominar a silhueta
feminina durante quase todo século XVIII. Apesar de artificial, esta
forma dada aos corpos era elegante e feminina. Em torno de 1720 o
vestido rodado feito com armação circular se transformou em vestido
plissado, que passou a ser conhecido como vestido à moda francesa. Na
parte da frente o espartilho era fechado dos dois lados do ventre e
coberto por um triangulo que tinha decorações luxuosas.
O espartilho
deste período era particularmente rígido e comprimia o corpo das pessoas
desde a infância. Ele era feito com materiais duros que eram
costurados para apertar. A barra inferior era recortada em forma de
gomos que se adaptavam à forma dos quadris.
Em 1750-75, a
moda de se apertar extremamente os espartilhos começou a se atenuar.
Com a chegada na França da moda do esporte e da equitação, surgiu uma
nova paixão pela simplicidade e roupas confortáveis foram sendo
inventadas. O ‘espartilho aberto’, com amarração frontal era amarrado na
frente e atrás e as pessoas corpulentas possuíam espartilhos com
amarrações suplementares. Algumas vezes os espartilhos eram recobertos
por tecidos de vestidos e formavam o corpo destes, com ilhós em volta do
ombro para que as mangas pudessem ser retiradas.
Nos anos
1770, surgiu a moda à inglesa, composta por vestidos ainda mais
simples, que possuíam uma cintura menos apertada. A simplicidade das
formas passou a ser tendência geral, facilitada por um estilo mais leve.
A amplidão destes vestidos encontrava – se nas costas e o espartilho
que se fechava atrás era enrugado para se tornar mais colante.
TRADUÇÃO LIVRE DE:
http://corset.pagesperso-orange.fr/francais/histoire1.htm
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